quarta-feira, 24 de setembro de 2008

União Européia







Jamil Chade - O Estado de São Paulo
A União Européia (UE) investiu mais no Brasil do que na China em 2007. Segundo dados oficiais de Bruxelas, os 27 países do bloco investiram 7,1 bilhões no País em 2007, ante 1,8 bilhão no mercado chinês. Somente se somados os investimentos em Hong Kong é que a China praticamente empata com o Brasil em destino dos investimentos europeus.
O estoque de investimentos da Europa na China é ainda bem superior ao que existe no Brasil, diante do fluxo acumulado nos últimos anos no mercado asiático. Mas o mercado brasileiro volta a chamar a atenção dos europeus, principalmente com o retorno do crescimento e estabilidade da economia.
Em 2006, por exemplo, os chineses atraíram 6 bilhões, além de outros 3 bilhões em Hong Kong. Para o Brasil, o total de investimentos foi de 5,6 bilhões. Já no ano passado, o Brasil reverteu a tendência. Só da Espanha os investimentos somaram 2,5 bilhões.
Na Europa, o Brasil se tornou nas últimas semanas o foco das atenções da imprensa econômica. Para jornais ingleses, espanhóis e franceses, a economia brasileira é uma das mais atrativas, principalmente depois do grau de investimento. Apesar disso, o presidente da Associação de Bancos da Suíça, Pierre Mirabaud, alerta que o novo status não deve ser visto como “panacéia para resolver todos os problemas”.
O Brasil ainda perde para a Índia, que viu os investimentos serem multiplicados por dez entre 2006 e 2007, atingindo 10,9 bilhões. Já os russos receberam investimentos de 17 bilhões. Entre os Brics (bloco constituído por Brasil, Rússia, Índia e China), portanto, o País é o terceiro mercado preferido dos europeus. Entre os Brics (bloco constituído por Brasil, Rússia, Índia e China), portanto, o País é o terceiro mercado preferido dos europeus.
NOVA GEOGRAFIA
Os dados da UE também revelam uma nova geografia no fluxo de investimentos. Os Brics mais que dobraram os investimentos na Europa entre 2006 e 2007. Não por acaso, governos de vários países europeus acostumados a apenas comprar empresas estrangeiras reagiram surpresos com a nova tendência. Alguns dos setores chegaram a clamar pela “soberania” da produção européia.
Juntos, os países que formam o Bric investiram mais de 13 bilhões no mercado europeu. Só o Brasil investiu quase 2 bilhões, ante 9,5 bilhões da Índia. China e Rússia investiram outros 2 bilhões. Em 2006, o volume investido não chegava a 5 bilhões, dos quais 1,2 bilhão vinha do Brasil.
No geral, os investimentos para a Europa aumentaram 90% em 2007, em comparação com 2006, chegando a 319 bilhões. Os investimentos europeus no mundo aumentaram em 50%, passando de 275 bilhões em 2006 para 420 bilhões em 2007.
Apesar de o Brasil superar a China, o volume de recursos que chega no País é ainda menos de 10% do que vai para o mercado americano. No ano passado, os europeus investiram 113 bilhões nos EUA e outros 58 bilhões no Canadá.
Entre os europeus, os maiores investidores são os ingleses, com um terço do que a UE destina ao mundo. Já a Alemanha é o segundo lugar, com 12%, seguida pela França. Os americanos investiram 145 bilhões no bloco de 27 países em 2007, ante 74 bilhões em 2006.





Está em curso uma fortíssima campanha contra os biocombustíveis que, ao final, vai atingir o Brasil. Na semana passada, a revista americana Time e o jornal britânico The Guardian lideraram essa campanha com textos que disseminavam confusão, desinformação e má-fé para concluir que os biocombustíveis são a nova ameaça ao futuro da humanidade. O alvo central parece ser o etanol à base de milho produzido nos Estados Unidos, mas em poucos parágrafos a imprensa gringa conclui que a cana-de-açúcar está empurrando a soja para a Amazônia e destruindo a floresta. É uma bobagem sem tamanho (a ameaça real sobre a Amazônia é do gado e da madeira, o resto é conversa), mas os interesses por trás dessa campanha são reais. Na semana passada, a Alemanha voltou atrás na decisão de dobrar para 10% a mistura de etanol à gasolina. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, acusou o Brasil e os EUA de dumping de biocombustíveis. Em março, o Reino Unido retirou o financiamento a um programa de etanol, relata o Valor. Uma preocupação emergencial dos europeus com o futuro da humanidade? Infelizmente, não. A Europa – Alemanha à frente – lidera a produção mundial de biodiesel e teme que o fim das tarifas de proteção abrirá as comportas para a produção tanto do Brasil quanto dos EUA. Com essa gritaria toda, podem, por exemplo, também convencer o Japão a adiar seus planos de aumentar o uso de etanol. É a mesma tática usada pelo lobby dos fazendeiros britânicos contra a carne brasileira. Diziam defender a saúde dos consumidores, obtinham espaço na imprensa para falar sobre as péssimas condições sanitárias brasileiras, para, na realidade, conseguir monopólio do mercado. Esse é o jogo do ecoterrorismo europeu.


A Europa começa a semana com um ar doentio: espantada, com olheiras e vertigens. Isso porque o tratado de Lisboa, que deveria ser a base da Constituição da União Européia composta de 27 países, foi rejeitado na sexta-feira pelos irlandeses. A UE, portanto, é um barco à deriva, sem itinerário nem direção.
No mapa da Europa, alguns países se agitam- principalmente, a França e a Alemanha, os dois motores da UE, que juntos inventaram esse catastrófico e natimorto Tratado de Lisboa. Em seguida, a Grã-Bretanha, que fervilha de eurocéticos. O primeiro-ministro Gordon Brown tenta, sem muita paixão, convencê-los de que o tratado deve ser ratificado.
Em Praga, capital da República Checa - outro ninho de eurocéticos -, o feroz presidente antieuropeu Vaclav Klaus entusiasmou-se, dizendo que ”o Tratado de Lisboa acabou”. Ora, se a República Checa, depois da Irlanda, rejeitar o texto, então poderemos dizer, realmente, que o Tratado de Lisboa acabou.
Felizmente, existe um homem de boa vontade que se apega muito a esse tratado. Trata-se, claro, do presidente Nicolas Sarkozy, que deve exatamente ir a Praga para empregar seu charme, sedução, inteligência, verve, talento e genialidade para convencer os deputados checos a aprovarem o tratado.
Conseguirá? E, sobretudo, a Europa vai aprender alguma coisa com esses desastres que se repetem? Saberá fazer um diagnóstico corajoso? Esse diagnóstico é simples: para a ratificação do Tratado de Lisboa, cada país podia escolher a via parlamentar ou o referendo. E 26 países optaram pela ratificação por seus Parlamentos. No geral, os parlamentos ratificaram o documento, exceto, talvez (vamos saber em alguns dias), na República Checa, Dinamarca, Suécia e Holanda. Entre os 27 países, apenas um escolheu a via do referendo: a Irlanda.
A conclusão é lógica: em todos os países a classe política é favorável à Europa, embora sem muito ardor. Em compensação, as populações são claramente hostis à essa integração. É uma verdade cruel, depois de 50 anos de Europa. Mas é preciso ter coragem política para afrontá-la e, em conseqüência, para remodelar a União Européia. Fazer dela um produto atraente e não uma mecânica grosseira, complicada, abstrata, distante, intrincada, sem alma nem alegria.
Como a Europa era bela sem os sonhos dos europeus de 1960, depois dos horrores da guerra! Era bem cuidada, repleta de rios comunitários, caminhos compartilhados, homens e mulheres que queriam dançar juntos. Mesmo o azul do céu era comum a todos os países.
Com o decorrer dos anos, o sonho sucumbiu ao elefante branco monstruoso de Bruxelas. O sonho transformou-se em milhões de documentos insípidos, diretivas, textos redigidos por milhares de funcionários burocráticos, trancados nos palácios de vidro de Bruxelas, que regulamentam o futuro da cevada ou do milho europeu sem ter jamais visto um pé de milho ou um feixe de trigo. A União Européia é o triunfo da abstração, da racionalidade, das matemáticas e da tecnocracia. E esse triunfo é a derrota da Europa.

quarta-feira, 23 de julho de 2008




A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão derretendo (fator que pode ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando tudo isso? Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos.
Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.
O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências em nível global.
Derretimento de gelo nas calotas polares: uma das consequências do aquecimento global.
Conseqüências do aquecimento global - Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas;- Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;- Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;- Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças.
Protocolo de KyotoEste protocolo é um acordo internacional que visa a redução da emissão dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.
Conferência de Bali Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro de 2007, na ilha de Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança Climática terminou com um avanço positivo. Após 11 dias de debates e negociações. os Estados Unidos concordaram com a posição defendida pelos países mais pobres. Foi estabelecido um cronograma de negociações e acordos para troca de informações sobre as mudanças climáticas, entre os 190 países participantes. As bases definidas substituirão o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.